Princípio de Conservação da Energia

Vamos considerar dois corpos, A e B. O corpo A exerce uma força F no corpo B. Num dado referencial inercial, o corpo B tem um deslocamento d, da posição P1 à posição P2. Pela terceira lei de Newton, o corpo B também exerce uma força no corpo A, mas não vamos nos preocupar com isso agora.

Trabalho

Dizemos que o corpo A realiza trabalho sobre o corpo B. Nesse sentido, o termo trabalho se refere a um processo mecânico de transferência de energia de um corpo a outro.

A quantidade de energia transferida do corpo A ao corpo B nesse processo é:

W12= F · d=Fd  cos θ

Vamos supor que, no referencial considerado, o corpo B tem velocidade v1 na posição P1 e velocidade v2 na posição P2 e que a força que o corpo A exerce no corpo B é constante. Além disso, vamos supor que todos os vetores estão sobre a mesma linha reta.

Trabalho

Pela Cinemática e pela segunda lei de Newton, podemos escrever:

W12=Fd=mav1t+ 12at2 )

v2=v1+at

Nestas expressões, t é o tempo que o corpo B leva para realizar o deslocamento d e a é o módulo de sua aceleração. Então, isolando t na segunda expressão e substituindo-o na primeira, resulta:

W12= 12m (v2)2 12m (v1)2

ou:

12m(v2)2 = 12m(v1)2 +W12

Esse resultado vale inclusive no caso mais geral representado na primeira figura e pode ser interpretado da seguinte maneira: o corpo B tem uma energia 12m(v1)2 na posição P1, ganha uma energia W12 durante o seu deslocamento e tem uma energia 12m(v2)2 na posição P2.

Como usamos a segunda lei de Newton, a energia W12 está associada à resultante das forças que agem sobre o corpo B.

A energia definida por 12mv2 é chamada de energia cinética:

K= 12mv2

e o resultado acima pode ser escrito:

W12=ΔK= K2K1

Este resultado é conhecido como teorema trabalho-energia cinética.

Por outro lado, lembrando que a resultante das forças que o resto do Universo exerce sobre um sistema isolado é nula, vamos agora tomar como verdadeiro o princípio de conservação da energia mecânica: a energia mecânica de um sistema isolado é constante.

Para explorar as conseqüências desse princípio, vamos considerar o corpo A em repouso no referencial considerado. Então, a energia cinética do sistema formado pelos corpos A e B é igual à energia cinética do corpo B. E como essa energia aumenta de uma quantidade W12 com o deslocamento do corpo B da posição P1 para a posição P2, deve haver outra forma de energia no sistema, que diminui exatamente da mesma quantidade W12 durante esse mesmo deslocamento. Assim, escrevemos:

U2=U1 W12

ou:

ΔU=W12

Esta expressão define ΔU. Só tem sentido definir ΔU e, portanto, só podemos enunciar o princípio de conservação da energia mecânica, se as forças que atuam nos corpos do sistema são conservativas. A energia U é chamada de energia potencial do sistema.

Com o teorema trabalho-energia cinética, temos:

U2=U1 (K2K1)

ou:

U2+K2= U1+K1

Desse modo, durante o deslocamento do corpo B, a energia cinética do sistema cresce (K2>K1) e a energia potencial diminui (U2<U1). A energia mecânica é a soma da energia potencial com a energia cinética:

E=U+K

e podemos expressar matematicamente o princípio de conservação da energia mecânica, escrevendo:

E=U+K=constante           [Sistema Isolado]

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Site do Grupo de Ensino de Física da Universidade Federal de Santa Maria (GEF-UFSM)